terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Diário de Uma Mãe


Um dos meus maiores presentes foi realizado há quase 17 anos gritando, próprio de um leãozinho, o Lucas;

O segundo presente foi realizado há quase 12 anos gritando, própria de uma virginiana, a enviada: Camilla;

O terceiro presente foi realizado há quase 4 meses gritando, próprio de um virginiano, o bravo: Ronaldo!

Chegaram no mundo para me ensinar a ser mãe, para me encantar... Fazer-me feliz, me fazer engraçada, enfim, por eles sou palhaça, poetisa, bailarina e o que mais estiverem a fim e puderem me transformar.

Do primeiro... Senti um pouco de medo em ser mãe, pois me achava ainda uma menina, mas como minha querida mãe me ensinou nunca fugir da luta, e o pai que escolhi para meus filhos é um esposo, amigo presente, tinha certeza que também seria um pai presente e amoroso! Recebi de braços abertos essa dádiva!

Um ano e cinco meses se passaram quando o Pai Maior me colocou a prova de ser mãe, oito meses depois me provou que eu não era mais uma menina e sim tinha me tornado uma mulher. Fui uma mãe presente, carinhosa, amorosa, atenciosa... E por fim, uma supermulher, superesposa e supermãe. Nem mesmo eu me reconhecia com todos esses adjetivos. Mas no íntimo estava assustada, com muito medo, pois não saberia o quê iria acontecer. Queria ser mãe novamente, mas o medo tomou conta do meu ser, tinha que ser forte... Todas as noites, a tristeza tomou conta de mim, sentia muito a sua falta... Mas como por encanto, tu vinhas me embalar as noites, afagar minha tristeza e me fazer forte a cada manhã!

Do segundo... Toda a minha existência tinha um novo significado, a palavra mãe voltou a existir, no seu sentido maiúsculo e verdadeiro… Todo o prazer de ser mãe retornou!

Do terceiro... Cada peso adquirido era uma vitória desse minúsculo ser. Era mais uma etapa alcançada!

Toda a alegria, todo prazer, toda felicidade retornou triplicado...No meu mundo o sol voltou a brilhar, vocês prevalecem!

O meu sorriso passou a vir de dentro, de dentro de mim, na existência de três seres... Três seres que são partes do meu ser…

Hoje, quando os vejo, quando os sorrisos de vocês preenchem a casa, me embalando as noites, que terminam sempre com um afago e um beijo no meu rosto, de uma mão pequenina na sua medida, mas gigantesca na sua essência… Quando os seus pequenos braços envolvem o meu pescoço e a sua face se enrola na minha, sinto o meu corpo desfalecer, não de cansaço, não de tristeza, mas de um prazer sublime, que se torna numa plenitude que me encaminha ao céu.
Que mais posso vos pedir da vida, do que tamanha mestria?
Sou mãe e estes abraços são a minha vida!

Sendo mãe três vezes, descobri que pude amar ainda mais um homem ao vê-lo passar talco, cuidadosamente, nos bebês ou ao observá-lo sentado no chão, brincando com os filhos.

Apaixonei-me de novo pelo marido, mas por razões que antes de ser mãe consideraria muito pouco românticas.

Senti-me invadir de felicidade diante ao milagre dos meus filhos dando seus primeiros passos, conseguindo expressar rudemente em palavras seus sentimentos, juntando as letras numa frase.

Inundei-me de alegria ao ouvir uma gargalhadinha gostosa, ao ver minha filha defendendo a bola do gol ou deslizando corajosamente do toboágua mais alto... Superando seu medo!
Descobri que, por mais sofisticada que eu possa ser, por mais elegante, um grito aflito de mamãe me faz derrubar o suflê ou o cristal mais fino, sem a menor hesitação.
Descobri que minha vida tem menos valor depois que chegou meus bebês.

Sacrifico a minha vida para poupar as dos meus filhos, mas ao mesmo tempo desejo viver mais – não para realizar os meus sonhos, mas para ver eles realizando os deles.
Inundo-me de gratidão por tudo que recebo e aprendo com meus filhos, pelo crescimento que eles proporcionam, pela alegria profunda que eles me dão.

Aguardo o momento de ser avó, para novamente renovar todas as etapas das emoções, numa dimensão diferente de doçura e entendimento. Poder estreitar nos meus braços os filhos dos meus filhos e descobrir nos rostinho minúsculos, os traços maravilhosos do bem mais precioso que me foi confiado ao coração: Espíritos imortais vestidos nas carnes de meus filhos.

A maternidade para mim é uma dádiva, pois ajudei três pequeninos a desenvolver-se e a descobrir-se, tornando-se adultos dignos, foi à responsabilidade que Deus conferiu ao coração dessa mulher que se transformou em mãe.

Como mulher que me permiti ser mãe, descobri que os filhos que dependem do meu amor e da segurança que transmito, é o melhor presente que Deus me proporcionou.

Aqui vos deixo partes de minha vida: o diário de uma mãe!

(Esse Título foi sugerido por uma amiga)

By Si Arian

6 comentários:

  1. Estou até agora estou de queixo caido, lindo maravilhoso e realmente emociona.
    me fez lembrar um texto de Fernando Pessoa
    Deus costuma usar a solidão
    Para nos ensinar sobre a convivência.
    Às vezes, usa a raiva para que possamos
    Compreender o infinito valor da paz.
    Outras vezes usa o tédio, quando quer
    nos mostrar a importância da aventura e do abandono.
    Deus costuma usar o silêncio para nos ensinar
    sobre a responsabilidade do que dizemos.
    Às vezes usa o cansaço, para que possamos
    Compreender o valor do despertar.
    Outras vezes usa a doença, quando quer
    Nos mostrar a importância da saúde.
    Deus costuma usar o fogo,
    para nos ensinar a andar sobre a água.
    Às vezes, usa a terra, para que possamos
    Compreender o valor do ar.
    Outras vezes usa a morte, quando quer
    Nos mostrar a importância da vida.

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  2. My Bruxo,
    É fácil falar de algo que sentimos e vivenciamos...Sou mãe graças ao amado...Não tenho como agradecê-lo pela parcela da sua participação!
    Adorei o texto de Fernando Pessoa.
    Beijos nesse coração grandioso.

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  3. Meus amores, que coisa linda! Lindo o blog, lindo o amor de mãe, o amor de pai...o aor que gerou seres tao pequeninos e que dependem totalmente de nós.Ter filhos é dar continuidade à nossa existencia, é ninar, é abraçar e acarinhar e aconselhar.Hoje digo à vcs que já almejo a outra fase...a fase de ser avó, e chego a sonhar com os rostinhos deles.Parabéns Si...ficou lindo.felidades é o que eu desjo sempre!

    Beijos.

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  4. Na minha opinião, a coisa mais linda do mundo é a reação de uma verdadeira mulher, no momento em que sabe que está grávida. A partir daí, o seu mundo passa a girar em torno da criaturinha que habita o seu útero. Todo o seu amor passa a ser dedicado a ela, inclusive, muitas vezes desperta uma pontinha de ciúmes no marido, que se sentem em segundo plano. Fazer o quê? É a lei da mamãe natureza. Parabéns pelo lindo texto. Adorei!

    Beijos e fique com DEUS.

    Furtado.

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  5. Amiga Felina,
    Obrigada mais uma vez pelo seu apoio e amizade.
    Qto ao meu blog, devo ao meu fifonho.rsrsrs
    Beijos.

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  6. Rosemildo querido,
    Agradeço o seu apoio e participação nesse singelo blog, ainda sou bebezinha.rsrsrs
    Como eu sempre falo, a mulher que é mãe tem que saber se dividir em esposa, não é fácil, mas tento conciliar, pois o ciúmes é inevitável.
    Beijos e que o Pai Maior o ilumine sempre.

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“Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós”
(Antoine de Saint-Exupery).

"Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las."
(Voltaire)

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