Estava eu navegando pela "mãe net" pesquisando sobre imagens da Biblioteca do Congresso Nacional EUA, e aportei (por acaso ou não) num lindo espaço, com o qual me encantei: o blog "Poesia Potiguar".
Conheci um pouco sobre as poesias da diva do mesmo, fiquei inebriada com cada post, imagens, literatura e algumas obras de arte... Inspiram a alma.
Tomei a ousadia de trazer de lá o poema "Casamento" de Adélia Prado, o qual transcrevo abaixo, pois é uma das minhas rotinas que enobrecem-me a alma, a de acompanhar meu esposo na pescaria, eu lendo um livro, só gosto de vê-lo pescar. Em vários momentos da leitura, pauso a mesma e fico a admirá-lo. O ritual do pescador e a pesca. No final, limpamos os peixes juntinhos... É maravilhoso, e a Diva de Divinópolis soube muito bem transcrever em poucas palavras sobre o casamento. Já me apaixonei também pela poesia da graciosa Adélia!
Deixo aqui um pouquinho de mim... Que tem um pouco para ensinar e muito para aprender!
Recebam um forte abraço e beijos na alma.
"Casamento"
Há mulheres que dizem:
Meu marido, se quiser pescar, pesque,
mas que limpe os peixes.
Eu não. A qualquer hora da noite me levanto,
ajudo a escamar, abrir, retalhar e salgar.
É tão bom, só a gente sozinhos na cozinha,
de vez em quando os cotovelos se esbarram,
ele fala coisas como "este foi difícil"
"prateou no ar dando rabanadas"
e faz o gesto com a mão.
O silêncio de quando nos vimos a primeira vez
atravessa a cozinha como um rio profundo.
Por fim, os peixes na travessa,
vamos dormir.
Coisas prateadas espocam:
somos noivo e noiva.
- Adélia Prado -
Texto extraído do livro "Adélia Prado - Poesia Reunida", Ed. Siciliano - São Paulo, 1991, pág. 252.
Sempre lindo passar aqui! Vim deixar um beijo praiano,chica
ResponderExcluirMuito lindo! Casamento é isso, companheirismo e cumplicidade!
ResponderExcluirBeijo de boa noite!
Mariangela