Em teus dias de dor,
Recorda, alma querida,
Que a dor é para a vida
Aquilo que o buril severo e contundente,
Entre as mãos do escultor,
É para o mármore sem forma...
Golpe aqui, golpe ali, outro mais e mais outro,
Um corte de outro corte se aproxima,
E o bloco se transforma
Em celeste beleza de obra-prima.
Que seria da pedra abandonada, ao chão,
Triste, bruta, singela,
Se a vida não traçasse para ela
Planos de construção?
Que destino o da argila esquecida e vulgar,
Sem a temperatura desumana,
Que deve suportar
Para ser porcelana?
Enxergaste, algum dia,
Fora das leis da natureza,
O trigo que não fosse triturado
Para ser pão à mesa?
Se alguém te fere e humilha, ama, entende, perdoa
E agradece ao trabalho, a angústia e a prova,
Em que a vida imortal se nos renova,
No anseio de ascensão que nos guia e abençoa...
Alma querida, escuta!...
Para seguir à frente,
Em plena elevação
Sempre mais alta e linda,
Quem não chora, não serve e nem padece ou luta,
Parece tão-somente
Um ser espiritual em formação
Que não nasceu ainda...
- Maria Dolores -
Livro Mãos Marcadas - Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
Recorda, alma querida,
Que a dor é para a vida
Aquilo que o buril severo e contundente,
Entre as mãos do escultor,
É para o mármore sem forma...
Golpe aqui, golpe ali, outro mais e mais outro,
Um corte de outro corte se aproxima,
E o bloco se transforma
Em celeste beleza de obra-prima.
Que seria da pedra abandonada, ao chão,
Triste, bruta, singela,
Se a vida não traçasse para ela
Planos de construção?
Que destino o da argila esquecida e vulgar,
Sem a temperatura desumana,
Que deve suportar
Para ser porcelana?
Enxergaste, algum dia,
Fora das leis da natureza,
O trigo que não fosse triturado
Para ser pão à mesa?
Se alguém te fere e humilha, ama, entende, perdoa
E agradece ao trabalho, a angústia e a prova,
Em que a vida imortal se nos renova,
No anseio de ascensão que nos guia e abençoa...
Alma querida, escuta!...
Para seguir à frente,
Em plena elevação
Sempre mais alta e linda,
Quem não chora, não serve e nem padece ou luta,
Parece tão-somente
Um ser espiritual em formação
Que não nasceu ainda...
- Maria Dolores -
Livro Mãos Marcadas - Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
Maria de Carvalho Leite, a conhecida Maria Dolores no Espiritismo, renasceu em Bonfim da Feira (Bahia) em 10 de setembro de 1901 e desencarnou, vitimada por pneumonia, em 27 de julho de 1958; teve três irmãos e duas irmãs; seus pais terrestres foram Hermenegildo Leite e Balmina de Carvalho Leite.
Maria Dolores, também chamada de Madô e de Mariinha, diplomou-se professora em 1916 e lecionou no Educandário dos Perdões e no Ginásio Carneiro Ribeiro, ambos em Salvador - Bahia; durante sua vida dedicou-se à Arte Poética e foi redatora-chefe, durante 13 anos, da página feminina do Jornal O Imparcial, além de colaborar no Diário de Notícias e O Imparcial: sua produção poética foi reunida no livro Ciranda da Vida cujos recursos financeiros foram destinados à instituição Lar das Meninas sem Lar.
Casada com o médico Odilon Machado, após anos de sofrimento conjugal, desquitou-se sem ter filhos do próprio ventre; talvez por isso dedicou-se ao Lar das Meninas sem Lar, amparando crianças de outras mães, chegando, inclusive, a abrigar crianças em sua própria casa.
Posteriormente ao desquite e residindo em Itabuna – Bahia, conheceu o italiano Carlos Carmine Larocca, radicado no Brasil, e com ele constituiu novo lar.
Ainda em Itabuna, adotou por filha, em 1936, Nilza Yara Larocca; em 1947 mudou-se para Salvador com o novo companheiro e ajudando-o na administração do Café Baiano e da tipografia A Época, ambos de sua propriedade, depois em Salvador adotou mais duas filhas: Maria Regina e Maria Rita (1954). Em 1956, vieram Leny e Eliene e, um mês antes da sua desencarnação, Lisbeth.
"Lia muito e escrevia. Os amigos eram tantos e admiravam-na! Entre eles, podemos citar: José Nunes, Candinha, Maria Alice, Antonieta, José Bastos, Maria Alice Queirós, Faustino, Maria Carolina Sales...
"Carlos Larocca estava na Itália, quando Dolores adoecera. A pneumonia manifestara-se de forma violenta. Antonieta Bastos fora visitá-la com José e Faustino e, vendo o seu estado dispnéico e de real abatimento, providenciaram o seu internamento no Hospital Português. Inúteis foram os esforços médicos. Poucos dias depois, quatro ou cinco dias, era 27 de Agosto de 1959 ela partia de volta à Pátria Espiritual. Eram 1:40 horas. E, como disse Mara em sua crônica, "Partiu-se o Guizo de Cristal". Nilza foi avisar, imediatamente, a Antonieta e Maria Alice. Levaram o corpo para a "Casa de Tia Sara" - sede da LBV - e de lá partiu, com grande acompanhamento, para o Campo Santo.
"Numa carta escrita à Maria Alice, Francisco Cândido Xavier narra o seguinte: Maria Dolores lhe aparecera no dia 29 de março de 1964, bela e remoçada. As lágrimas vieram-me aos olhos, de vê-la tão claramente junto a mim. Que emoção!
"Dolores era alva, de cabelos e olhos pretos, alegre e brincalhona, de estatura mediana e robusta de físico. Desencarnara aos 59 anos, mas a sua lira continuou vibrando em benefício do amor, da caridade e do perdão - o seu hino ao Senhor, não diferente dos hinos que tocava e cantava, cheia da alegria de servir".
Perguntando a Chico qual o primeiro poema que Maria Dolores escreveu por seu intermédio, ele nos disse ser o belíssimo "Anseio de Amor", inserido nas páginas de "Antologia da Espiritualidade", que aqui transcrevo.
Fonte Livro: Chico Xavier Mediunidade e Ação - 154 a 156
Um poema de amor
Há 100 anos renascia a poetiza, que mesmo da Espiritualidade faz vibrar o coração de tantos quantos já vislumbraram no amor a maior de todas as inspirações.
Maria Dolores, a poetiza que ressurgiu pelas mãos abnegadas de Francisco Cândido Xavier, quando encarnada quase sempre engavetava os seus poemas. Em seu livro “Ciranda da Vida” ela diz o porquê: “O pavor à crítica, cujos apupos são uma das formas mais comuns em que se extravasa a vaidade humana, tem-me feito recuar ante a possibilidade de publicar os meus versos simplórios e passadistas. E, por isso, foi-se a mocidade, chegou a velhice, e eles continuam a entulhar o fundo de velha gaveta. Nunca tive jeito para o versejar moderno, atualizado até por alguns poetas da velha guarda. Nem mesmo cheguei a tentá-lo. Agora, porém, com a reforma espiritual que traçou um novo caminho para este meu fim de vida, sinto-me disposta e capaz de enfrentar a crítica, porque este livro se destina, com sua venda, a oferecer pequena ajuda a algumas instituições de caridade. Despretensiosa a minha atitude. Mas sincera. Bem intencionada.
Não tardou, porém, e a poetiza reaparece com seu ineludível estilo depois de uma existência inteira consagrada ao próximo, compondo, sobretudo aos leitores espíritas os mais belos poemas de encorajamento e reconhecimento da excelsitude de Jesus:
"Assim no mundo, coração amigo,
Faze o bem onde for, seja a quem for;
Em toda parte, Deus conta contigo
Na tarefa do amor"
“Se confias em Deus, alma querida,
Vem com Jesus, do lar, que te resguarda e eleva,
Ao vale da aflição onde vagam na sombra
Os romeiros da angústia e as vítimas da treva!...”
Bibliografia: Anuário Espírita 2000-09-06
Revista da Feesp / Dez./ 87
Setembro de 2000
Há 100 anos renascia a poetiza, que mesmo da Espiritualidade faz vibrar o coração de tantos quantos já vislumbraram no amor a maior de todas as inspirações.
Maria Dolores, a poetiza que ressurgiu pelas mãos abnegadas de Francisco Cândido Xavier, quando encarnada quase sempre engavetava os seus poemas. Em seu livro “Ciranda da Vida” ela diz o porquê: “O pavor à crítica, cujos apupos são uma das formas mais comuns em que se extravasa a vaidade humana, tem-me feito recuar ante a possibilidade de publicar os meus versos simplórios e passadistas. E, por isso, foi-se a mocidade, chegou a velhice, e eles continuam a entulhar o fundo de velha gaveta. Nunca tive jeito para o versejar moderno, atualizado até por alguns poetas da velha guarda. Nem mesmo cheguei a tentá-lo. Agora, porém, com a reforma espiritual que traçou um novo caminho para este meu fim de vida, sinto-me disposta e capaz de enfrentar a crítica, porque este livro se destina, com sua venda, a oferecer pequena ajuda a algumas instituições de caridade. Despretensiosa a minha atitude. Mas sincera. Bem intencionada.
Não tardou, porém, e a poetiza reaparece com seu ineludível estilo depois de uma existência inteira consagrada ao próximo, compondo, sobretudo aos leitores espíritas os mais belos poemas de encorajamento e reconhecimento da excelsitude de Jesus:
"Assim no mundo, coração amigo,
Faze o bem onde for, seja a quem for;
Em toda parte, Deus conta contigo
Na tarefa do amor"
“Se confias em Deus, alma querida,
Vem com Jesus, do lar, que te resguarda e eleva,
Ao vale da aflição onde vagam na sombra
Os romeiros da angústia e as vítimas da treva!...”
Bibliografia: Anuário Espírita 2000-09-06
Revista da Feesp / Dez./ 87
Setembro de 2000
Maria Dolores foi membro da Legião da Boa Vontade a quem prestou serviços de beneficência, partilhando seus dons de pianista, pintora, costureira e dedicada à arte culinária.
Maria Dolores também foi colaboradora ativa da obra de Divaldo Pereira Franco: em 15 de agosto de 1952 foi fundada a Mansão do Caminho, sendo que algumas das primeiras louças e talheres foram por ela doadas, além de trabalhar voluntariamente na Mansão, incluindo-se a confecção de cartões de Natal, pintados por suas mãos para serem vendidos em benefício daquela Casa.
A partir do ano de 1971 e na condição de espírito livre tornou-se ativa escritora através da mediunidade de Francisco Cândido Xavier: contos em versos, poemas e trovas.
A relação de suas obras individuais recebidas por Chico Xavier e publicadas por várias editoras espíritas do país é a seguinte:
Maria Dolores também foi colaboradora ativa da obra de Divaldo Pereira Franco: em 15 de agosto de 1952 foi fundada a Mansão do Caminho, sendo que algumas das primeiras louças e talheres foram por ela doadas, além de trabalhar voluntariamente na Mansão, incluindo-se a confecção de cartões de Natal, pintados por suas mãos para serem vendidos em benefício daquela Casa.
A partir do ano de 1971 e na condição de espírito livre tornou-se ativa escritora através da mediunidade de Francisco Cândido Xavier: contos em versos, poemas e trovas.
A relação de suas obras individuais recebidas por Chico Xavier e publicadas por várias editoras espíritas do país é a seguinte:
- Antologia da Espiritualidade, publicada pela Federação Espírita Brasileira em 1971;
- Maria Dolores, publicada pelo Instituto Divulgação Editora André Luiz (IDEAL) em 1977;
- Coração e Vida, publicada pelo IDEAL em 1978;
- A Vida Conta, publicada pela Cultura Espírita União (CEU) em 1980;
- Caminhos do Amor, publicada pela CEU em 1983;
- Alma e Vida, publicada pela CEU em 1984;
- Dádivas de Amor, publicada pelo IDEAL em 1990.
Em várias obras mistas, em prosa e verso, de Chico Xavier existem dezenas de produções poéticas de Maria Dolores, sobretudo com temáticas para o Natal e dia das Mães: escreveu o livro mediúnico Somente Amor em parceria com o espírito MEIMEI e publicado pelo IDEAL no ano de 1978.
Em vários livros psicografados por Chico Xavier tem-se o acerco de 18 trovas escritas por Maria Dolores:
- 2 em Chão de Flores, publicado pelo IDEAL em 1975;
- 1 em Notícias do Além publicado pelo Instituto de Difusão Espírita (IDE) em 1980;
- 1 em Praça da Amizade, publicado pela Cultura Espírita União (CEU), em 1982;
- 1 em Recados da Vida, publicado pelo GEEM em 1983;
- 3 em Os Dois Maiores Amores, publicado pela CEU em 1983;
- 1 em Sementes de Luz, publicado pelo IDEAL em 1987;
- 2 em Roseiral de Luz, publicado pela União Espírita Mineira em 1988;
- 2 em Pétalas da Primavera, publicado pela União Espírita Mineira em 1990;
- 1 em Fulgor no Entardecer, publicado pela União Espírita Mineira em 1991;
- 1 em Uma Vida de Amor e Caridade publicado pela Editora Fonte Viva em 1992;
- 3 em Preito de Amor, publicado pelo Grupo Espírita Emmanuel S/C Editora (GEEM) em 1993.
De 1971 a 2002 foram trinta e um anos em que Maria Dolores esteve associada ao mandato mediúnico de Chico Xavier: suas obras mediúnicas e individuais ultrapassam o número expressivo de 180 mil exemplares vendidos.
Prefaciando suas obras mediúnicas individuais, o espírito Emmanuel assim qualifica Maria Dolores:
Prefaciando suas obras mediúnicas individuais, o espírito Emmanuel assim qualifica Maria Dolores:
"denodada obreira do Bem Eterno", "intérprete de Jesus", "alma abnegada de irmã", "irmã querida", "poetisa da vida", "Mensageira da Espiritualidade", "devotada Seareira do Bem", "irmã e companheira nas tarefas da Vida Maior", "nossa irmã e benfeitora", "Poetisa da Espiritualidade Superior".
As criações poéticas de Maria Dolores, sob as formas de poemas e trovas, não fazem apologia da arte pela arte; pelo contrário, sua finalidade político-pedagógica é traduzir observações e vivências na "exaltação do Bem sob o patrocínio de Jesus" e contribuir para a sublimação dos sentimentos humanos.
As criações poéticas de Maria Dolores, sob as formas de poemas e trovas, não fazem apologia da arte pela arte; pelo contrário, sua finalidade político-pedagógica é traduzir observações e vivências na "exaltação do Bem sob o patrocínio de Jesus" e contribuir para a sublimação dos sentimentos humanos.
A dor é ensinamento,,,ela nos molda,,,nos faz aprender os difíceis caminhos da vida....beijos de bom dia pra ti amiga.
ResponderExcluirUm belo dia pra ti minha amiga....beijos.
ResponderExcluirQuerida vim te agradecer o carinho deixado em minha página, já conhecia aquele belo poema, mas lê-lo novamente fez-me um bem enorme, adorei esta tua postagem, nossa muito bom saber um pouco mais desta irmã tão querida, beijos Luconi
ResponderExcluirQuerida amiga
ResponderExcluirA dor nos fortalece para enfrentarmos a vida.Tenha uma Ótima Semana
"Aquele que se alegra com uma simples flor
merece a felicidade de um vasto
e colorido jardim!"
Ana Brisa
Carta Si Ariam
ResponderExcluirUm poste muito bonito com muito sentimento.
um abraço para você.
Pace e bem!
Una bella lectura, que me ha transmitido todo el sentimiento que derramas. Ha sido un placer leerte.
ResponderExcluirUn saludo.